sexta-feira, 22 de maio de 2009

*Instrumentos Membrafones*

Membranofones são instrumentos de percussão, que produzem som através da vibração de membranas distendidas. É uma das 4 principais divisões no sistema original de Hornbostel-Sachs de classificação de instrumentos musicais. São exemplos de membranofones os tambores e os kazoos.

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TAMBOR
Os tambores são utilizados desde as mais remotas eras da humanidade. Acredita-se que os primeiros tambores fossem troncos ocos de árvores tocados com as mãos ou galhos. Posteriormente, quando o homem aprendeu a caçar e as peles de animais passaram a ser utilizadas na fabricação roupas e outros objetos, percebeu-se que ao esticar uma pele sobre o tronco, o som produzido era mais poderoso. Pela simplicidade de construção e execução, tipos diferentes de tambores existem em praticamente todas as civilizações conhecidas. A variedade de formatos, tamanhos e elementos decorativos depende dos materiais encontrados em cada região e dizem muito sobre a cultura que os produziu. Os tambores exerciam nas civilizações primitivas diversos papéis. Além da produção de música para rituais e festas, os tambores, devido à sua grande potência sonora, também foram usados como meios de comunicação. Todos os tambores são membranofones, o que significa que o som é produzido por membranas esticadas, mas existem muitas características que podem variar: O formato do corpo dos tambores varia devido à sua forma de construção. Tambores feitos de troncos de árvores escavados ou ripas de madeira fixadas por anéis como um barril têm formato cônico, como os atabaques ou bojudos, como as congas. Tambores com corpo metálico normalmente possuem o corpo totalmente cilíndrico, como os timbales, caixas e tom-tons. Os tímpanos, por sua vez, possuem corpo esférico. Existem ainda muitos outros formatos possíveis. Alguns, como o djembê possuem corpo em formato de cálice (mais largos em uma das extremidades). Outros, como o tambor falante possuem corpo em forma de ampulheta (mais largos nas extremidades). A maior parte dos tambores produz sons sem altura definida, mas alguns são afináveis e permitem produzir notas definida. Os tímpanos permitem a afinação precisa e a variação da nota produzida através de pedais que alteram a tensão da pele. Os ton-tons e timbales permitem uma afinação um pouco menos precisa e cada tambor só produz uma nota. Isso significa que para obter a mesma quantidade de notas que dois ou três tímpanos produzem, seria necessária uma quantidade muito maior de ton-tons. Alguns outros instrumentos permitem que o percussionista controle a altura da nota produzida alterando com as mãos a tensão da pele, tal como ocorre nas tablas e nos tambores falantes (embora nestes casos as notas não sejam precisamente afinadas). Os tambores podem ter pele em apenas uma ou em ambas as extremidades. Os que possuem duas peles, podem ser executados pela percussão simultânea de ambas as peles, como em uma zabumba. A segunda pele pode ter apenas papel estético ou contribuir para o timbre do instrumento, como ocorre com a caixa, que possui esteiras na segunda pele. Os tambores podem ser percutidos com baquetas, escovas de arame ou diretamente com as mãos, que exercem ainda o papel de abafadores para alterar o timbre, a altura ou a intensidade do som produzido. Tambores de grande porte como o japonês Taiko, normalmente necessitam de grandes baquetas, enquanto que as baquetas de tambores menores, como um tamborim não passam de pequenas varetas. Os tambores são utilizados em todos os tipos de música, como instrumentos rítmicos, contribuindo para a marcação do tempo da música. Cada cultura e gênero musical, no entanto, utiliza um conjunto diferente de tambores, que servem para definir sua personalidade rítmica. Para mais detalhes sobre a utilização de cada tipo de tambor, consulte os verbetes correspondentes a cada um na lista abaixo. Os tambores exercem também um papel mais utilitário na marcação rítmica de marchas ou na comunicação de comandos militares.
TIMBALES
Timbales (também pronunciado tímbales ou timbalas) são tambores de baixa altura, com apenas uma pele, menos profundos que timbalões, e geralmente mais agudos. O executante usa uma variedade de baquetas, toques com a mão, toques no aro e rufos, para produzir uma vasta gama de sons em solos e em certas secções da música, e geralmente toca no corpo do instrumento ou em outros instrumentos de percussão auxiliares, tais como uma caneca ou um prato, para manter o ritmo. O corpo do instrumento é geralmente feito de metal, mas alguns construtores oferecem timbales feitos em ácer ou outras madeiras. As peles são leves e afinadas de um modo agudo tendo em conta o seu tamanho. Timbales é também a palavra em francês para tímpanos, de modo que, os franceses costumam chamar o instrumento afro-cubano de timbales latines ou timbales créoles. De facto, os timbales foram inventados no séc XX como substitutos portáteis dos tímpanos das orquestras afro-cubanas. Tradicionalmente, os timbales são montados em pares, e tocados de pé. Podem ser tocados com baquetas de bateria, ou, tradicionalmente com baquetas próprias. O diâmetro das peles varia entre 12 a 16 polegadas, com os pares geralmente apresentando uma diferença de uma polegada de diâmetro entre cada tambor. Alguns construtores têm produzido recentemente timbales menores (chamados timbalitos) com diâmetros de 6, 8 ou 10 polegadas.
TÍMPANO
O tímpano é um instrumento musical de percussão. Seu uso mais comum é na orquestra, embora tenha presença marcante no jazz e em bandas sinfônicas, além de proporcionar efeitos de sonoplastia. O tímpano é um instrumento membranofone de som determinado, e não temperado. Sua evolução na música européia vai desde o par central barroco (sem pedal e com pele animal) ao quinteto moderno do século XX. Mas, há músicas em que um só timpanista utiliza mais de cinco tímpanos, além de músicas que necessitam mais de um executante como a Sinfonia Fantástica, de Berlioz.
ALFAIA
Alfaia é um instrumento da família dos membranofones (ou seja: o som é obtido através da membrana ou pele e instrumento de altura indeterminada), utilizado principalmente do rítimo do Maracatu, mas também é usado em Coco-de-Roda e a Ciranda. O tocador apesenta-se em pé e usa baquetas.
ASHIKO
O ashiko é um tipo de tambor moldado como um cone truncado e é tocado com as mãos. Ele é muito usado ao longo da África e nas Américas. Em Cuba , é conhecido como boku e é usado durante carnavais e paradas de rua chamado comparsas. Ao contrário os sons de um djembe cujo corpo oferece dois tons principais, as extremidades diretas oferecem uma quantidade contínua de tons que dependem em como perto do centro da cabeça é golpeado o tambor. Alguns consideram que o ashiko a versão feminina do djembe.
BATÁ
Batá é um tambor horizontal, formado por uma caixa de ressonância (geralmente um cilindro de madeira) coberta com couro nas duas extremidades. Esse tipo de tambor é muito comum na África ocidental, em Cuba e no Haiti, mas é relativamente raro nos cultos afro-brasileiros, com exceção do Tambor de Mina do Maranhão, onde é universalmente usado. Tanto na África como no Novo Mundo, o batá é tradicionalmente associado ao seu equivalente Badé. O tambor Batá na sua versão afro-cubana foi trazido na ultima década ao Brasil através de membros da comunidade de praticantes brasileiros da "santería" afro-cubana da nação lucumí, e existem atualmente no Rio de Janeiro dois batás consagrados, "de fundamento"
BATERIA
A bateria é um conjunto de tambores (de diversos tamanhos e timbres) e de pratos colocados de forma conveniente com a intenção de serem percurtidos por um único músico, denominado baterista, geralmente, com o auxílio de um par de baquetas, vassourinhas ou bilros, embora no caso de alguns executantes, possam também ser usadas as próprias mãos.
BODHRÁN
O bodhrán é um instrumento musical de percussão irlandês que assemelha-se a um tamborim. O couro é preso em um dos lados do instrumento. O outro lado é aberto para que uma mão do musicista seja posicionada contra o lado coberto a fim de controlar a altura e timbre do som.
BONGÔ
Bongô é um instrumento musical do tipo membranofone, composto por dois pequenos tambores unidos entre si.
BUMBO
Um bumbo (português brasileiro) ou bombo (português europeu) (em inglês, bass drum), é um tambor cilíndrico de grande dimensão, de som grave e seco. Numa bateria, fica no centro, ao chão. É percutido por uma maceta acionada através de um pedal, usualmente comandado pelo pé direito do baterista (no caso de bateristas destros), mas também pode contar com pedais duplos, para ambos os pés. O bumbo é como o coração da bateria, é ele quem dá as batidas mais graves e constantes que ajudam na formação do ritmo e como efeito levam as pessoas a se movimentarem de acordo com suas batidas. O bumbo utilizado em orquestras, conhecido como bumbo sinfônico ou gran cassa ("grande caixa", em italiano), possui dimensões bem maiores, e fica normalmente apoiado sobre um cavalete ou carrinho, com a membrana em ângulo de aproximadamente 45º com o piso. É percutido por macetas accionadas com a mão. Em desfiles ou em fanfarras, o bumbo é transportado à frente do peito, pendurado nos ombros por cintas de couro (talabarte), e normalmente é percutido em ambas as membranas, por duas macetas, uma em cada mão.
CAIXA
Caixa, tarola, tarol, caixa clara ou, na designação original em inglês, snare drum é um tipo de tambor bimembranofone composto por um corpo cilíndrico de pequena seção, com duas peles fixadas e tensionadas através de aros metálicos, uma esteira de metal, constituída por pequenas molas de arame colocada em contato com a pele inferior, que vibrar através da ressonância produzida sempre que a pele superior é percutida, produzindo um
som repicado, característico das marchas militares.
CONGA
Conga é um tambor semelhante ao "atabaque" usado em par ou trio, sustentado em suportes para que o instrumentista toque em pé. O instrumento possui um casco cônico ovalado, quase como um barril (o que o diferencia do atabaque que tem casco cônico ou cilíndrico). Este instrumento musical de origem cubana ecoa um som médio grave, e sua forma cônica ovalada foi historicamente originada da utilização de barris sem tampas com peles esticadas em uma das "bocas" do barril através de cordas, modelo utilizado até início do século XX. Posteriormente, em meados do século XX, foi aperfeiçoado este acabamento para o modelo atual, no qual a pele é esticada por canoplas e grampos. Os movimentos para execução de qualquer toque acontecem na articulação do pulso. Em geral, a pele utilizada na conga é de couro de búfalo, por ser mais grossa e permitir uma sonoridade média-grave mais característica. As medidas das congas são feitas pelo diâmetro de suas peles, em polegadas (padrão internacional). Em medidas, as congas podem ser divididas em: quinto (no Brasil, 9" e 3/4 de diâmetro), conga (no Brasil, 11" ou 11" e 3/4), tumba (12") e supertumba (12" e 3/4). No padrão cubano, o quinto pode ser de 11", segundo a afinação, pois o quinto deve ser sempre o tambor mais agudo do set de congas. Em Cuba e nos Estados Unidos, o quinto de 9" e 3/4 é chamado de requinto ou superquinto. Em uma execução musical, geralmente em gêneros musicais afro-latinos (tais como guaganco, merengue, mozambique, salsa, conga de comparsa), as congas de sonoridade média-grave (11" e 11" e 3/4) e grave (tumbas 12" e supertumbas 12" e 3/)marcam a base rítmica principal (célula-base). Já o quinto e o superquinto geralmente solam sobre a célula rítmica da base, com floreios variados e rudimentos, tais como: quiálteras, fusas, semifusas, fraseados rítmicos livres, "flans", etc. Embora as congas, tumbas e requintos sejam utilizadas em tais execuções musicais desta maneira, nada impede que as funções de cada tipo de conga sejam invertidas, pois estes instrumentos podem sofrer afinação através do aperto ou afrouxamento dos grampos de metal que situam-se encaixados sob o aro externo de contenção da pele. Tais grampos prendem-se através de uma canopla junto ao corpo do instrumento, sofrendo a pressão de uma porca adequada para tais grampos parafusados. O corpo da conga pode ser feito de diferentes materiais, tais como madeira (tais como cerejeira, carvalho, angelim), fibra de vidro e fibra de carbono. Percussionistas percutem neste instrumento até com as unhas, criando uma sonoridade peculiar.

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